O Brasil enfrenta o maior ataque cibernético da sua história via WhatsApp.
Um malware sofisticado chamado Maverick, também conhecido popularmente como "sorvete no pote", já tentou infectar mais de 62 mil dispositivos brasileiros em apenas 10 dias.
O vírus tem como alvo principal 26 bancos brasileiros e seis corretoras de criptomoedas, conseguindo monitorar e roubar dados bancários enquanto a vítima dorme, sem a necessidade de senhas ou autorizações.
Como Funciona o Vírus Maverick?
O vírus se espalha por meio de mensagens no WhatsApp vindas de contas já comprometidas de pessoas próximas à vítima, como familiares ou amigos, aumentando a confiança para abrir o conteúdo.
A mensagem contém um arquivo ZIP com nomes que sugerem documentos financeiros, como "comprovante 2025.10.zip" ou "notafiscaleletrônica.zip", acompanhado do convite para "visualizar no computador", induzindo a vítima a baixar e abrir o arquivo.
Ao clicar, o arquivo executa silenciosamente um script PowerShell que baixa componentes do malware, aproveitando-se de uma técnica chamada execução fileless, que opera inteiramente na memória do dispositivo sem deixar rastros em disco, tornando o vírus praticamente invisível para antivírus tradicionais.
Além disso, o Maverick possui mecanismos inteligentes de verificação geográfica, ativando a infecção somente em dispositivos configurados para o Brasil, dificultando análises internacionais.
Capacidades Devastadoras do Maverick
O malware tem funcionalidades avançadas que o tornam extremamente perigoso:
- Espionagem bancária, monitorando o acesso a 26 bancos e corretoras de cripto.
- Captura completa do que aparece na tela, incluindo saldos e senhas.
- Keylogger profissional que registra tudo que é digitado, como senhas e códigos de autenticação.
- Controle remoto total do dispositivo, com movimentação simulada do mouse e cliques.
- Exibição de páginas falsas de login bancário (phishing overlay) para roubar credenciais.
- Bloqueio estratégico da tela para impedir o acesso do usuário durante a transferência do dinheiro.
- Propagação automática pelo WhatsApp Web usando ferramentas de automação (Selenium, ChromeDriver, WPP Connect), que envia mensagens maliciosas aos contatos e grupos da vítima, provocando efeito cascata.
Sinais de Infecção a Serem Observados
Usuários infectados podem notar:
- Suspensão da conta no WhatsApp por envio massivo de spam (mensagens maliciosas enviadas automaticamente).
- Lentidão ou travamentos no computador ou celular.
- Processos suspeitos rodando no Gerenciador de Tarefas, como PowerShell, ChromeDriver, Selenium.
- Amigos reclamando de terem recebido mensagens com arquivo ZIP suspeito enviados pelo usuário.
- Transações bancárias não reconhecidas na conta.
Como se Proteger do Vírus Maverick
Para proteger seus dispositivos e contas, recomenda-se:
1. Desconfiar de arquivos ZIP recebidos pelo WhatsApp, especialmente aqueles que pedem para abrir no computador.
2. Desabilitar downloads automáticos no WhatsApp para evitar baixar arquivos maliciosos inconscientemente.
3. Ativar a autenticação de dois fatores (2FA) nos aplicativos bancários e serviços online para camadas extras de segurança.
4. Manter sempre atualizados o sistema operacional, navegador, antivírus e apps.
5. Revisar e remover extensões maliciosas ou desnecessárias no Google Chrome (foram detectadas 131 extensões comprometidas que colaboram na infecção).
6. Utilizar antivírus modernos com análise comportamental capaz de detectar ameaças que operam na memória (fileless).
7. Configurar alertas bancários para transações acima de um valor baixo, alterações de cadastro e outras movimentações.
O Que Fazer se Já Foi Infectado?
Os passos imediatos são:
- Ativar o modo avião e desconectar da internet para interromper a comunicação do malware.
- Contatar imediatamente o banco, preferencialmente usando outro dispositivo não infectado, para bloquear transações e monitorar a conta.
- Trocar todas as senhas importantes, incluindo banco, WhatsApp, e-mails, e redes sociais, de dispositivos limpos.
- Remover aplicativos suspeitos e realizar varredura completa com antivírus confiável, como Malwarebytes, Kaspersky, ou outros especializados.
- Em casos graves, formatar o dispositivo e restaurá-lo às configurações de fábrica, evitando restaurar aplicativos infectados.
- Registrar boletim de ocorrência em delegacias de crimes cibernéticos, apresentando evidências como prints de conversas e extratos.
- Avisar todos os seus contatos sobre a infecção para evitar que eles também sejam vítimas.
Conclusão
O vírus Maverick representa uma ameaça sofisticada e silenciosa que explora a confiança no WhatsApp para se propagar e roubar dados financeiros.
A proteção depende do nível de atenção do usuário e da adoção rápida das medidas preventivas recomendadas.
Informação correta e imediata pode evitar prejuízos e perdas financeiras.
Compartilhe esse alerta com sua família, amigos e colegas para blindar o Brasil contra esse ataque digital.
O conhecimento é a melhor defesa contra esse tipo de crime cibernético..
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