Nesta quarta-feira (10/12/2025), em sua última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 15% ao ano pela quarta vez consecutiva. Esse é o maior patamar desde julho de 2006 (quando estava em 15,25% a.a.), refletindo uma postura conservadora para conter a inflação persistente, apesar da desaceleração econômica e de pressões do governo Lula por cortes nos juros.
Principais Pontos da Decisão:
- Inflação em foco: A inflação segue em trajetória de arrefecimento, mas ainda acima da meta de 3% (com tolerância de 1,5 p.p.). Projeções do Copom revisadas: IPCA de 4,4% em 2025 (abaixo do teto de 4,5%) e 3,5% em 2026 (acima do centro da meta). Expectativas de mercado (Focus) indicam 4,4% para 2025 e 4,2% para 2026.
- Atividade econômica: Há moderação no crescimento do PIB (avançou apenas 0,1% no 3º trimestre), mas resiliência no mercado de trabalho (desemprego em 5,4%, menor nível histórico). O Copom destaca expectativas "desancoradas" e pressões em preços como energia e alimentos.
- Comunicado duro: Sem sinalização de corte iminente, o comitê reforça a necessidade de uma política "significativamente contracionista por período bastante prolongado" para convergir a inflação à meta. Cortes são adiados para 2026, possivelmente no primeiro trimestre, ampliando a diferença de juros com os EUA (que cortou recentemente).
- Impacto nos mercados: A decisão era esperada, mas o tom hawkish (duro) frustrou expectativas de flexibilização, jogando "água fria" nos investidores. A Selic serve de referência para crédito e investimentos, influenciando empréstimos, poupança e títulos públicos.
Contexto e Perspectivas:
A manutenção ocorre em meio a um cenário externo incerto (como o "shutdown" nos EUA) e interno de PIB fraco, mas com riscos fiscais e cambiais (dólar em R$ 5,35 no cenário de referência). O Copom enfatiza vigilância e readiness para ajustes se necessário. A próxima reunião será em 27-28/01/2026. Analistas preveem Selic em 12,25% ao fim de 2026, mas o ano eleitoral pode complicar reduções. O BC prioriza a credibilidade anti-inflacionária, evitando descumprimento da meta contínua (instituída em 2025).
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